O bicho pegou quarta-feaira em Brasília. Os aposentados promoveram diversas atividades reivindicatórias no Congresso Nacional. Vieram caravanas e dirigentes de diversas regiões do País: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Com início às 15 horas, foi realizada uma audiência pública na Comissão de Recursos Humanos no Senado Federal. O espaço foi pequeno para tantos aposentados. O senador Paulo Paim teve que solicitar a abertura de mais duas salas para abrigar tanta gente.
Por lá também passaram a senadora Ana Rita e os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB), Marçal Filho (PMDB) e Paulinho da Força (PDT). A mesa que dirigiu os trabalhos foi ainda composta pelo presidente da Contratuh, Moacir Tesch, pelo coordenador da Conlutas, José Maria e por Artur Bueno, da CNTA.
Warley Martins, líder nacional dos aposentados, foi o primeiro a discursar, motivando a todos a ocupar o salão verde da Câmara dos Deputados como forma de pressionar o Colégio de Líderes a por em pauta e votar o o projeto que prevê a substituição do Fator Previdenciário. Sua sugestão foi acatada com fervor.
Por volta das 17 horas, um verdadeiro batbealhão de aposentados marchou até o salão verde, passando por cima do seguranças e tomando conta do local. Indignados com a notícia que o fim do Fator não seria votado, os manifestantes fizeram muito barulho. Sentaram no chão e dificultaram o acesso dos deputados ao plenário por 30 minutos.
Apesar da pressão e das ameaças, cerca de 200 aposentados liderados pela COBAP ficaram firmes e não se deixaram intimidar. Indignados, os manifestantes resolveram permanecer no local. Sentados no chão, os aposentados comeram de marmita.
Sensível a nobre causa, o senador Paulo Paim se juntou aos cabeças brancas. Ele ajudou a articular uma reunião emergencial com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT). Uma comissão foi constituída para falar em nome de todos. Por mais de uma hora, os aposentados debateram com Marco Maia, que "abriu o jogo" e confessou estar de "mãos atadas" para pautar o fim do Fator Previdenciário, pois o Governo não quer. Ele insistiu para que a COBAP desocupasse o salão verde, alegando que na próxima terça-feira o Colégio de Líderes estaria reunido com a governista Iderli Salvatti, para discutir essa polêmica questão.
Warley não cedeu ao pedido de Maia e bateu o pé. Ao seu lado permaneceram um total de 75 heróicos aposentados, que passaram a noite toda no local, dormindo no chão duro, com água e lanche. Foi um calvário que valeu a pena, pois esse pequeno grupo deu uma lição de vida ao Brasil, mostrando que poucos idealistas lutam pelos direitos de milhões de aposentados e pensionistas do Brasil.
"Estamos fazendo a nossa parte. Nosso movimento está se organizando a cada dia. Nossa voz já começa a ser ouvida em todo o território nacional. Vamos continuar brigando para derrubar o Fator e por um reajuste maior a todos em 2013", disse o presidente Warley Martins.
FONTE: COBAP
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