Brasília - O governo sinalizou que pretende manter o salário mínimo em R$ 545 e pode corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR) em 4,5%. A indicação foi feita ontem na reunião dos ministros da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e do Trabalho, Carlos Lupi, com líderes das seis grandes centrais sindicais do País (CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, UGT e Nova Central). Mas, por hora, para aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima do piso, não há disposição de aumento maior que os 6,41% em vigor. Dessa forma, ficou para a semana que vem, dia 2 de fevereiro, quando ocorrerá nova reunião, a definição sobre a revisão do mínimo e a correção da tabela do imposto. Carvalho ressalvou que essa é a posição do governo dentro da negociação, mas que não foi concluída. Sindicalistas também defenderam 10% para o pessoal acima do piso, de 13,75% para o mínimo, chegando a R$ 580, e correção de 6,5% na tabela do IR.Após o encontro, sindicalistas saíram divididos entre duas impressões. A primeira delas é boa: o governo Dilma Rousseff se comprometeu a negociar todas as grandes questões com as centrais. “A presidenta Dilma forneceu a garantia de que todos os grandes temas serão negociados com as centrais antes”, comentou o presidente da CGTB, Antonio Neto. “Vamos insistir em valor maior para o mínimo. Se dermos somente a inflação, será reposição e não política de valorização do piso, acordada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para até 2023. Vamos lutar pela excepcionalidade na aplicação da fórmula de reajuste este ano”, acrescentou. Sem acordo“O governo quer a valorização do salário mínimo. Também queremos. Não há acordo para a excepcionalidade este ano”, comentou Artur Henrique, presidente da CUT. Deputado federal pelo PDT de São Paulo e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva afirmou que ninguém esperava sair com uma decisão ontem, mas disse que o governo sabe a encrenca que é deixar para o Congresso resolver. “Pode ficar mais caro”, previu.
A segunda percepção dos sindicalistas, pouco otimista, foi a de que a negociação vai mesmo atrelar a definição do mínimo deste ano à correção da tabela do IR. João Batista Inocentini, presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, diz que o mínimo concentrou o debate. “Eles insistem nos R$ 545 para o mínimo. Ao fim da reunião, conseguimos falar um pouco dos outros temas, como IR, e criticamos a proposta de desoneração da folha de pagamento. Também deixamos claro que vamos reabrir o debate sobre o fim do fator previdenciário”, disse.
Propostas bem divergentes- Trabalhadores e aposentados defendem piso de R$ 580. Em janeiro, foi de R$ 540, com correção de 5,88%. Após divulgação da inflação do INPC, que fechou em 6,47%, o governo recuou e ofereceu R$ 545, com 6,86%.- No caso do IR, as centrais defendem correção de 6,5%, mas o governo disse ontem pela primeira vez que pode reajustar. No entanto, o índice admitido é de 4,5%, que corresponde à meta de inflação e é equivalente aos últimos índices de correção adotados.
- Aposentados que ganham acima do piso tiveram correção de 6,41%. Para eles, o governo não muda proposta. Sindicalistas pedem 10%.
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