quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Parlamentares se alinham para fechar piso de R$ 545



Com aprovação encaminhada, líder na Câmara confirma correção da tabela do IR em 4,5%

POR ALINE SALGADO
Brasília - A Câmara parece estar unida no apoio à proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 545. Ontem, depois de um almoço que reuniu os partidos que compõem a base governista, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse estar “surpreendido positivamente” pelo apoio. O deputado conversou também com representantes de partidos de oposição e assegurou que quase todos estão “fechados” com a proposta.

A exceção seria o PDT. O líder do partido, Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical, deve ser procurado para mais uma conversa sobre o piso nacional. O sindicalista defende o reajuste para R$ 580 e ameaça, inclusive, deixar a base aliada, caso o governo insista em manter a proposta original de R$ 545.

Cândido Vaccarezza confirmou ainda que, assim que a questão do piso nacional for acertada seguindo a vontade do governo, a tabela do Imposto de Renda será corrigida. A revisão levaria em consideração a meta de inflação prevista para este ano — que está nacasa dos 4,5%. 

A proposta, porém, entra em choque com a reivindicação das centrais. Sindicalistas reclamam a correção da tabela do Imposto Renda de acordo com o índice de inflação marcado no fim de 2010, que foi de 6,47%. 

Com toda a força na Câmara, tudo indica que o reajuste do salário mínimo saia ainda neste mês. Vaccarezza explicou que a ideia é sugerir à presidenta Dilma Rousseff que envie ao Congresso Nacional um projeto de lei — que substituiria a medida provisória em vigor, prevendo o reajuste de R$ 540. Um acordo entre os líderes dos partidos permitiria a votação da proposta em regime de urgência já na próxima semana.

A fórmula de aumento do mínimo passaria a valer apenas até 2014 e não mais até 2023, como acordado com as centrais. O deputado defendeu que, apesar da mudança, a política de valorização se manterá na gestão Dilma.

Aposentados: 'Vamos lutar por um aumento real'

- Descrente de que o governo vá marcar uma nova reunião com as centrais sindicais para discutir o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias acima do piso da Previdência, aposentados e pensionistas prometem voltar às ruas em mobilizações que devem tomar todas as capitais do País. 

- Reunidos desde o início da semana em Luziânia, Goiás, integrantes da Cobap (Confederação Nacional dos Aposentados e Pensionistas) traçam novas estratégias do movimento. “Até agora, o governo não marcou nada e acreditamos que não haverá outra negociação. Vamos descer para o Senado e manter a pauta de mobilizações. Iremos parar rodovias e pressionaremos o governo, assim como fizemos no ano passado”, afirmou Warley Martins, presidente da Cobap. 

- A confederação reivindica que o reajuste das aposentadorias e pensões seja real, isto é, equivalente ao do mínimo, e que não considere apenas a inflação.

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